"Predadores", de Pepetela
01/07/2008 - 18h16 da Folha Online
Como se estivéssemos diante de um retrato contundente e brutal dos últimos 30 anos na Angola. É com essa impressão que o leitor deve ficar assim que concluir o livro de Pepetela, "Predadores" (Língua Geral, 2008).
Reprodução |
Capa do novo livro do angolano Pepetela no Brasil, "Predadores" |
Tomando como ponto de partida o ano de 1974, um antes da Independência, o autor esquadrinha a sociedade angolana nesse período de transição com um certo tom de desencanto, mais do que a simples decepção ou o inconformismo sem efeito prático.
A experiência de Pepetela como guerrilheiro, como representante do Movimento Popular de Libertação da Angola (MPLA) e finalmente como vice-ministro da Educação, logo quando o seu país atingiu a independência, serviram de base para expor a seco o seu meio --de dentro, como uma personagem sendo guiada pela narração histórica que ora a faz recuar diante dos acontecimentos, boa parte deles conduzido pela esfera burocrática que começava a surgir, ora faz com que avance na direção de um combate militante.
Seu estilo simples e direto do relato faz lembrar a escola de Jorge Amado, homenageado de 2006. As temáticas são as mesmas, as trajetórias de seus personagens tocam pontos comuns [a paixão, o poder, o patriarcado, o dinheiro como força motriz e destruidora], e ambos seguem certa linha do engajamento formal na literatura.
Guardadas as proporções com o autor brasileiro, "Predadores" foi e é grande sucesso de vendas em Portugal, atingindo a cristalização de uma literatura de expressão africana.
Como as personagens de Amado, as figuras traçadas na ficção de Pepetela representam desdobramentos de uma sociedade heterogênea e em constante conflito de auto-aceitação; é o processo de independência figurada no cotidiano e na relação entre as classes.
No caso de "Predadores", o autor acompanha a trajetória de Vladimiro Caposso, o burguês que se formou a partir da independência de seu país. Suas andanças pelo sistema agrário de Angola, comércio, burguesia e, enfim, pela política de seu país, espelham a constituição de uma nova nação, construída a partir dos cacos resgatados pouco a pouco de seu solo mais fértil: a própria história.
Caposso, nascido José, de origem humilde e inicialmente avesso à política, foi capaz de modificar toda a sua vida, inventar um passado, e até um novo nome, para ter então acesso a um grau da escala social outrora inacessível. Microcosmo da recém independência de seu país, Pepetela e sua personagem Caposso (José) mostra os meios lícitos e ilícitos utilizados para conquistar o que se deseja, fora da vontade coletiva.
A representação da independência de um país, não mais como conquista e orgulho, mas como profundo desencanto.
Filha do presidente de Angola é a 1ª bilionária da África, diz revista
25/01/2013 Do UOL, em São Paulo
- Divulgação
A filha mais velha do presidente de Angola, Isabel dos Santos, é a 1º mulher bilionária da África, segundo reportagem da revista 'Forbes'.
A empresária de 40 anos se formou em engenharia em uma das universidades mais conceituadas do mundo,Cambridge, na Inglaterra.
Isabel entrou no mundo dos negócios em 1997, quando abriu um restaurante em Luanda (capital de Angola), chamado Miami Beach.
Segundo a 'Forbes', a empresária possui participações em três empresas cotadas na Bolsa de Valores em Portugal: Zon (tecnologia), BPI e BIC (bancos).
No país e no exterior, a empresária é acusada de ser favorecida pelo governo administrado pelo pai, o presidente José Eduardo dos Santos.
Em sua defesa, Isabel afirma que "os investimentos têm sido feitos com máxima transparência, em empresas publicamente cotadas, com base na legislação europeia".
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